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Archive:Estatísticas do ensino superior

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Dados extraídos em junho de 2017. Dados mais recentes: Mais informações do Eurostat, Principais quadros e Base de dados. Atualização prevista do artigo: setembro de 2018.
Quadro 1: Número de estudantes do ensino superior por nível e sexo, 2015
(milhares)
Fonte: Eurostat (educ_uoe_enrt01)
Gráfico 1: Distribuição dos estudantes do ensino superior por área de estudo e sexo, UE-28, 2015
(%)
Fonte: Eurostat (educ_uoe_enrt03)
Quadro 2: Número de diplomados do ensino superior por área de estudo, 2015
(milhares)
Fonte: Eurostat (educ_uoe_grad02)
Quadro 3: Distribuição de diplomados do ensino superior por área de estudo, 2015
(%)
Fonte: Eurostat (educ_uoe_grad02)
Gráfico 2: Distribuição de diplomados do ensino superior por área de estudo e sexo, UE-28, 2015
(%)
Fonte: Eurostat (educ_uoe_grad02)
Gráfico 3: Número de estudantes diplomados do ensino superior em ciências, matemática, informática, engenharia, indústrias transformadoras e construção, 2015
(número por 1 000 habitantes com idades entre os 20 e os 29 anos)
Fonte: Eurostat (educ_grad04)
Quadro 4: Pessoal docente do ensino superior por nível e sexo, 2015
(milhares)
Fonte: Eurostat (educ_uoe_perp01)
Quadro 5: Rácios estudantes-pessoal académico no ensino superior, 2015
(número de estudantes por pessoal académico)
Fonte: Eurostat (educ_uoe_perp04)
Gráfico 4: Despesa pública com o ensino superior em relação ao PIB, 2014
(%)
Fonte: Eurostat (educ_uoe_fine06)

O presente artigo apresenta estatísticas sobre o ensino superior (ISCED níveis 5-8) na União Europeia (UE) e faz parte de uma publicação em linha sobre o ensino e a formação na UE. O ensino superior, ministrado por universidades e outros estabelecimentos de ensino superior, corresponde ao nível de ensino após o ensino secundário. Considera-se que representa um papel essencial na sociedade, ao fomentar a inovação, incrementar o desenvolvimento e o crescimento da economia e melhorar, de forma mais geral, o bem-estar dos cidadãos. Algumas universidades europeias contam-se entre as mais prestigiadas do mundo.

Muitos comentadores preveem que nos próximos anos haverá um aumento da procura de pessoas altamente qualificadas. Efetivamente, já existem lacunas em matéria de qualificações em alguns Estados-Membros da UE. O emprego, sob o efeito das tecnologias digitais, está a tornar-se cada vez mais flexível e complexo. Esta situação resultou num número crescente de empregadores que procuram pessoal com as capacidades necessárias para gerir informações complexas, pensar de forma autónoma, ser criativos, utilizar os recursos de forma inteligente e eficiente, bem como comunicar de forma eficaz. Com efeito, a prosperidade futura da Europa depende, pelo menos até certo ponto, do estímulo das forças mais dinâmicas e empreendedoras, capazes de desenvolver produtos e processos inovadores.

Contrariamente ao que acontece no ensino secundário, um número relativamente elevado de alunos do ensino superior são móveis e estudam no estrangeiro. Está disponível uma análise deste fenómeno num artigo separado.

Principais resultados estatísticos

Participação

O Quadro 1 apresenta dados relativamente ao número de estudantes em cada um dos quatro níveis do ensino superior. Os níveis de licenciatura, mestrado e doutoramento no ensino superior existem em todos os Estados-Membros da UE, enquanto o ensino superior de curta duração, em que os programas são, normalmente, baseados na prática, profissionalmente específicos e preparam os estudantes para o mercado de trabalho, não fazem parte do sistema educativo na Bulgária, na Estónia, na Grécia, na Lituânia, na Roménia e na Finlândia, nem no Listenstaine, na antiga República jugoslava da Macedónia ou na Sérvia. O ensino superior de curta duração também é pouco comum em países como a República Checa, a Alemanha, a Croácia, a Polónia ou Portugal.

Participação por nível

Em 2015, havia na UE-28 19,5 milhões de estudantes do ensino superior (ver Quadro 1), dos quais 7,2 % frequentavam cursos de curta duração, 61,4 % eram estudantes de licenciatura, 27,8 % de mestrado e 3,7 % de doutoramento.

Em 2015, a Alemanha — o Estado-Membro mais populoso da UE — contava 3,0 milhões de estudantes do ensino superior, o número mais elevado na UE e equivalente a 15,2 % do total da UE-28. A França (12,4 % do total), o Reino Unido (11,9 %), a Espanha (10,1 %), a Itália (9,4 %) e a Polónia (8,5 %) seguiam a Alemanha na classificação das populações estudantes do ensino superior, seguidos dos Países Baixos, onde estudavam 4,3 % dos estudantes do ensino superior da UE-28.

Os programas de ensino superior de curta duração eram os mais comuns em França, onde eram frequentados por pouco mais de um quinto (20,4 %) de todos os estudantes do ensino superior. Eram também relativamente comuns em Malta, Espanha, na Letónia e na Áustria, onde representavam uma parte entre 18 % e 20 %. Na Turquia, os programas do ensino superior de curta duração eram ainda mais comuns, uma vez que perto de um terço (33,2 %) de todos os estudantes do ensino superior estavam inscritos nos mesmos.

Em 2015, o número de estudantes que estavam a estudar para obter licenciatura era mais elevado do que em qualquer outro nível do ensino superior em cada um dos Estados-Membros. Com efeito, a França, a Áustria e o Luxemburgo eram os únicos Estados-Membros onde menos de 50 % de todos os estudantes do ensino superior estavam a estudar para obter a licenciatura. Por outro lado, na Irlanda (75,2 %), nos Países Baixos (76,8 %), na Lituânia (76,9 %), mais de três quartos dos estudantes do ensino superior estavam a estudar para obter uma licenciatura e esta percentagem aumentou para quase nove décimos na Grécia (88,4 %), enquanto percentagens mais elevadas foram também registadas na Sérvia (80,8 %) e na antiga República jugoslava da Macedónia (93,4 %).

Em 2015, menos de um quinto de todos os estudantes do ensino superior estudavam para obter o mestrado na Letónia, na Bélgica, nos Países Baixos, em Espanha, no Reino Unido e na Irlanda (bem como na Sérvia), com essa percentagem abaixo de um décimo na Grécia (bem como na Turquia e na antiga República jugoslava da Macedónia). Por outro lado, mais de um terço dos estudantes de ensino superior estudava para obter o mestrado na República Checa, em Portugal, em Chipre, na Croácia, em França, no Luxemburgo, na Eslováquia e em Itália.

Em 2015, entre os Estados-Membros da UE, a maior percentagem de estudantes do ensino superior que estudavam para obter o doutoramento foi registada no Luxemburgo, com 8,3 %, ainda que tenha sido registada uma percentagem superior no Listenstaine (15,2 %) — ver Quadro 1. Além desses países relativamente pequenos, as maiores percentagens que se seguem entre os Estados-Membros da UE foram registadas na Alemanha e na Finlândia (ambos com 6,6 %), enquanto nos países terceiros apresentados no Quadro 1 foi registada uma percentagem de 8,0 % na Suíça. Na UE, a percentagem mais baixa de estudantes de doutoramentos no número total de estudantes do ensino superior foi registada em Malta (0,9 %), onde as instituições de ensino superior só recentemente foram estabelecidas e estão em processo de expansão. Foi registada uma percentagem mais baixa na antiga República jugoslava da Macedónia (0,5 %).

Distribuição por sexo da participação

Em 2015, as mulheres representavam 54,1 % de todos os estudantes do ensino superior na UE-28. A percentagem de mulheres entre os estudantes do ensino superior era ligeiramente superior entre os estudantes de mestrado (57,1 %), um pouco inferior para os estudantes de licenciatura (53,2 %), seguida dos cursos de curta duração (52,1 %). No entanto, para doutoramentos, a maioria (52,2 %) dos estudantes eram homens.

Em 2015, quase três quintos de todos os estudantes do ensino superior na Eslováquia, nos Estados-Membros do Báltico, na Suécia, na Polónia e na Eslovénia eram mulheres. As mulheres estavam também em maioria entre os estudantes do ensino superior em todos os outros Estados-Membros da UE, exceto na Grécia (onde representavam 48,7 % dos estudantes do ensino superior) e na Alemanha (47,9 %). Na Suíça, na Turquia e no Listenstaine, as estudantes do ensino superior estavam também em minoria.

Analisando mais atentamente os estudantes de licenciaturas, a Grécia (47,9 %) e a Alemanha (45,2 %) eram os únicos Estados-Membros da UE onde se encontravam mais estudantes do sexo masculino do que do sexo feminino em 2015. Foi também esse o caso na Suíça, na Turquia e no Listenstaine. A percentagem mais elevada de mulheres entre os estudantes de licenciatura foi registada na Suécia (63,0 %). Entre os estudantes de mestrado, as mulheres estavam em maioria em todos os Estados-Membros, mas em minoria na Turquia e no Listenstaine. As percentagens mais elevadas de mulheres foram registadas nos Estados-Membros do Báltico, na Polónia, em Chipre, na Eslovénia e na Croácia, onde as mulheres representavam mais de 60 % do número total de estudantes de mestrado.

Para os dois níveis de ensino superior com as menores populações de estudantes a situação é menos diferenciada. Nos cursos de curta duração, sete dos 22 Estados-Membros para os quais estão disponíveis dados tinham mais estudantes do sexo masculino do que do sexo feminino, enquanto os homens estavam em maioria entre os estudantes de doutoramento em metade (14 dos 28) dos Estados-Membros da UE.

Áreas de estudo

Em 2015, na UE-28, quase um terço (32,2 %) de todos os estudantes do ensino superior estavam a estudar ciências sociais, jornalismo, informação, gestão, administração ou direito (ter em atenção que a informação apresentada novamente inclui dados de 2014 para a Irlanda, a Grécia e a Itália). Havia consideravelmente mais estudantes mulheres do que homens a estudar ciências sociais, jornalismo, informação, gestão, administração ou direito, com as mulheres a representar 57,6 % de todos os estudantes nesta área de estudo — ver Gráfico 1. A segunda área de estudo mais comum era a engenharia, indústrias transformadoras e construção, que representava 15,8 % de todos os estudantes do ensino superior. Nesta área, quase três quartos (74,0 %) de todos os estudantes eram homens. A terceira maior área de estudo era a saúde e proteção social, com uma percentagem de 13,1 % de todos os estudantes do ensino superior. Nesta área, as mulheres representavam perto de três quartos (71,9 %) do número total dos estudantes do ensino superior. Entre as restantes áreas de estudo apresentadas no Gráfico 1, a percentagem mais elevada de estudantes do sexo feminino foi registada nas áreas da educação (onde 77,8 % de todos os estudantes eram mulheres), enquanto as mulheres representavam quase dois terços (64,6 %) de todos os estudantes de artes e humanidades. Por outro lado, nas áreas das ciências naturais, matemática, estatística e tecnologias da informação e comunicação, a percentagem de homens relativamente ao número total de estudantes do ensino superior era de 61,3 %.

Diplomados

Em 2015, aproximadamente 4,7 milhões de estudantes obtiveram diplomas de estabelecimentos de ensino superior na UE-28: há que ter em atenção que este número constitui uma estimativa baseada nas últimas informações disponíveis para cada um dos Estados-Membros da UE, incluindo dados de 2014 para a Grécia e Itália, bem como o número total de diplomados nos Países Baixos (embora não esteja disponível uma divulgação de informações relativamente ao número de diplomados nos Países Baixos por orientação do programa). Em 2015, a França (752 mil) teve o maior número de diplomados do ensino superior, seguida do Reino Unido (740 mil), à frente da Alemanha (545 mil) e da Polónia (517 mil). Importa reter que o número relativamente elevado de diplomados no Reino Unido e em França pode, pelo menos até certo ponto, refletir uma duração média do curso mais curta. Por exemplo, a França registou a percentagem mais elevada de estudantes do ensino superior a frequentar cursos de curta duração na UE.

Em 2015, uma análise do número de diplomados na UE-28 por área de estudo (dados de 2014 para a Grécia e Itália; excluindo os Países Baixos) mostra que mais de um terço (33,8 %) de todos os estudantes do ensino superior obteve diplomas em ciências sociais, jornalismo, informação, gestão, administração ou direito. Esta percentagem era superior à percentagem equivalente (32,2 %) de estudantes do ensino superior que ainda estão a estudar nesta área em 2015, sugerindo que um menor número de estudantes tinha iniciado este tipo de estudo nos últimos anos, ou que as percentagens de abandonos ou cursos de duração média eram superiores noutras áreas. Observou-se uma situação semelhante na área da saúde e proteção social, que constituiu 13,7 % dos diplomados de 13,1 % da população de estudantes do ensino superior, bem como a área de estudo mais pequena (9,3 % dos diplomados, quando comparados com 7,5 % dos estudantes). A situação inversa foi observada para algumas das outras áreas de ensino, em maior medida para estudos de engenharia, indústrias transformadoras e construção (13,9 % de diplomados e 15,8 % de estudantes), ciências naturais, matemática, estatística e tecnologias da informação e comunicação (10,3 % de diplomados e 12,0 % de estudantes), e artes e humanidades (11,0 % de diplomados e 12,3 % de estudantes). Não houve diferença nas percentagens de diplomados e de estudantes que frequentam cursos nas áreas do serviços, agricultura, silvicultura, pesca e veterinária.

Entre os Estados-Membros da UE, é possível identificar algumas áreas que registam percentagens particularmente elevadas ou particularmente baixas de diplomados do ensino superior em 2015, em comparação com a média da UE. A percentagem de diplomados em ciências sociais, jornalismo, informação, gestão, administração ou direito era relativamente baixa na Finlândia e em Espanha, onde representavam pouco mais de um quarto de todos os diplomados em 2015, enquanto se registaram percentagens muito mais elevadas no Luxemburgo (45,8 % dos diplomados) e na Bulgária (49,8 %). Uma análise semelhante relativamente aos cursos de engenharia, indústrias transformadoras e construção revela uma percentagem relativamente baixa de diplomados nestas áreas no Luxemburgo, Malta, Reino Unido e Irlanda, enquanto se registaram percentagens relativamente elevadas na Áustria (19,7 %), Portugal (20,5 %) e particularmente na Alemanha (22,3 %). A percentagem de diplomados em ciências naturais, matemática, estatística e tecnologias da informação e comunicação era relativamente baixa em Itália (dados de 2014), na Bélgica, na Lituânia e em Chipre, enquanto era particularmente elevada na Alemanha (14,4 %), na Irlanda (14,7 %), em Malta (17,2 %) e no Reino Unido (17,0 %). A percentagem de diplomados em saúde e proteção social era relativamente baixa na Bulgária, na Áustria e na Alemanha, enquanto era particularmente elevada na Dinamarca (21,6 %), na Suécia (21,8 %) e particularmente na Bélgica (26,6 %). Por fim, a percentagem de diplomados na área do ensino era relativamente baixa em França, na Roménia e na Croácia, enquanto era particularmente elevada no Luxemburgo (16,1 %), na Hungria, em Espanha (ambas com 16,2 %) e em Chipre (17,6 %).

Em 2015, na UE-28 (dados de 2014 para a Grécia e a Itália), perto de três quintos (57,6 %) de todos os diplomados eram mulheres. Uma análise da orientação dos programas na UE-28 (composta por dados de 2014 para a Grécia e Itália, mas também excluindo os Países Baixos para os quais está disponível uma repartição incompleta por sexo) revela que esta percentagem era um pouco superior (61,0 %) nas áreas das ciências sociais, jornalismo, informação, gestão, administração e direito, aumentou para mais de dois terços nas artes e humanidade (67,4 %), estava perto de três quartos na saúde e proteção social (74,4 %) e atingiu o ponto máximo de mais de quatro quintos (80,5 %) na área das ciências da educação (ver Gráfico 2). Os homens representaram cerca de três quintos do número total de diplomados em ciências naturais, matemática, estatística e tecnologias da informação e comunicação e cerca de três quartos do total nos cursos de engenharia, indústrias transformadoras e construção. Nas áreas menos frequentadas — agricultura, silvicultura, pescas e veterinária e serviços — o número de diplomados estava quase equilibrado entre homens e mulheres.

Em relação à população na faixa etária dos 20-29 anos, o número de diplomados no ensino superior em ciências naturais, matemática, estatística e tecnologias da informação e comunicação aumentou nos últimos anos. O Gráfico 3 mostra a diferença entre o número de diplomados do sexo masculino e feminino nessas áreas em 2015, com quase o dobro dos diplomados do sexo feminino na UE-28. O diferencial homens-mulheres nas áreas das ciências naturais, matemática, estatística e tecnologia da informação e comunicação (em relação à dimensão da população) foi mais acentuado na Holanda (dados de 2014) e na Áustria, onde o número de diplomados do sexo masculino foi quase três vezes superior aos diplomados do sexo feminino. Registaram-se também diferenças relativamente grandes na Bélgica, na Alemanha, no Luxemburgo, na Irlanda e na Finlândia. Por outro lado, na Roménia, na Polónia e na Estónia, o número de diplomados do sexo masculino em ciências naturais, matemática, estatística e tecnologias da informação e comunicação (em relação à dimensão da população) foi aproximadamente um quarto superior ao número de diplomados do sexo feminino.

Pessoal docente e rácios estudantes-pessoal académico

Em 2015, havia 1,4 milhões de docentes no ensino superior na UE-28 — ver Quadro 4 — dos quais 93,7 mil lecionaram cursos do ensino superior de curta duração em 2014. Mais de um quarto (27,4 %) do pessoal docente do ensino superior na UE-28 estava localizado na Alemanha, com pouco mais de um décimo em Espanha (10,8 %) e no Reino Unido (10,3 %).

Em contraste com o pessoal docente do ensino primário e secundário, onde as mulheres estavam em maioria, a maioria do pessoal docente do ensino superior eram homens. Em 2015, quase três quintos (58,3 %) do pessoal docente da UE-28 no ensino superior eram homens, uma percentagem que ultrapassou os dois terços na Grécia (67,3 %; dados de 2014) e era superior a 60 % em Malta, em Itália, em França, no Luxemburgo e na Alemanha. Por outro lado, as mulheres representavam uma maioria entre o pessoal docente do ensino superior na Finlândia (51,1 %), na Letónia (55,7 %) e na Lituânia (56,1 %).

Em 2015, os rácios estudantes-pessoal académico no ensino superior apresentavam uma média de 15,6 na UE-28. Entre os Estados-Membros da UE, os rácios mais elevados de estudantes-pessoal foram registados na Croácia (74,5) e na Grécia (44,5; dados de 2014), enquanto se registaram também rácios de mais de 20 alunos por pessoal na República Checa, na Bélgica e em Itália. Por outro lado, os rácios estudantes-pessoal foram de um único dígito em Malta (9,8 estudantes por pessoal) e foram também relativamente baixos na Suécia e na Dinamarca.

Finanças

Os dados relativos às despesas públicas consagradas ao ensino superior em relação ao produto interno bruto (PIB) estão disponíveis para 26 Estados-Membros da UE — ver Gráfico 4. Em 2014, este rácio variou entre 0,5 % no Luxemburgo e 0,7 % na Bulgária e na Roménia e 2,0 % na Finlândia, atingindo 2,3 % na Dinamarca (dados de 2013). A média da UE-28 foi de 1,3 %.

Fontes e disponibilidade de dados

Fonte

As normas para estatísticas internacionais sobre o ensino são estabelecidas por três organizações internacionais:

A fonte dos dados utilizados no presente artigo é uma recolha de dados conjunta da UNESCO/OCDE/Eurostat (UOE) sobre estatísticas do ensino e constitui o principal fundamento da base de dados do Eurostat sobre estatísticas do ensino. Em combinação com a recolha de dados conjunta, o Eurostat também recolhe dados sobre matrículas regionais e aprendizagem de línguas estrangeiras.

O Regulamento n.º 452/2008 de 23 de abril de 2008 constitui a base jurídica para a produção e o desenvolvimento das estatísticas da UE sobre educação e aprendizagem ao longo da vida. Foram adotados dois regulamentos da Comissão Europeia relativos à implementação dos exercícios de recolha de dados sobre educação e formação. O primeiro, o Regulamento (UE) n.º 88/2011 da Comissão, de 2 de fevereiro de 2011, é relativo aos dados dos anos letivos 2010/2011 e 2011/2012, enquanto o segundo, o Regulamento (UE) n.º 912/2013, de 23 de setembro de 2013, é relativo aos anos letivos a partir de 2012/2013.

Estão disponíveis mais informações sobre a recolha de dados conjunta num artigo sobre a metodologia da UOE.

Classificação

A Classificação Internacional Tipo da Educação (CITE) serve de base para as estatísticas de ensino internacionais, descrevendo diferentes níveis de educação. Foi desenvolvida pela primeira vez em 1976 pela UNESCO e revista em 1997 e novamente em 2011. A CITE 2011 distingue nove níveis de educação: ensino na primeira infância (nível 0); ensino primário (nível 1); ensino básico (nível 2); ensino secundário (nível 3); ensino não superior pós-secundário (nível 4); ensino superior de curta duração (nível 5); licenciatura ou equivalente (nível 6); mestrado ou equivalente (nível 7); doutoramento ou equivalente (nível 8). Os primeiros resultados com base na CITE 2011 foram publicados em 2015, começando com dados para o período de referência de 2013, relativamente a dados sobre estudantes e pessoal docente, e o período de referência de 2012 relativamente a dados sobre as despesas. Esta classificação constitui a base de todas as informações estatísticas apresentadas no presente artigo.

O ensino superior baseia-se no ensino secundário, proporcionando atividades de aprendizagem em áreas de ensino especializadas. O ensino superior inclui não só o que é normalmente compreendido como ensino «académico», mas também inclui o ensino e formação profissional avançados. O conteúdo dos programas no nível superior é mais complexo e avançado do que nos níveis mais baixos da CITE. Um pré-requisito do ensino superior é a conclusão com sucesso de programas do nível 3 da CITE, que dão acesso direto aos primeiros programas de ensino superior (o acesso também pode ser feito a partir de programas do nível 4 da CITE). Além dos requisitos de qualificação, a entrada em programas de ensino a estes níveis pode depender da escolha das disciplinas e/ou das classificações obtidas. Pode ainda ser necessário realizar e obter classificação positiva nos exames de admissão.

Normalmente, existe uma hierarquia clara entre as qualificações concedidas pelos programas do ensino superior. No entanto, a transição entre programas no nível superior nem sempre é claramente distinguida e pode ser possível combinar programas e transferir créditos de um programa para outro. Em certos casos, os créditos recebidos de programas de ensino previamente concluídos também podem ser contabilizados para efeitos de conclusão de um programa a um nível da CITE mais elevado. Posto isto, é normalmente necessária a conclusão bem-sucedida do nível 7 da CITE para a admissão no nível 8 da CITE.

A CITE 1997 e a CITE 2011 descreviam também áreas do ensino e formação, mas estas foram subsequentemente substituídas pela classificação CITE-F 2013. Os dados do Eurostat por áreas de ensino estão classificados de acordo com a CITE 1997 (que é a mesmo que a CITE 2011 em termos de áreas de ensino) até 2015. Os dados a partir de 2016 serão classificados de acordo com a CITE-F 2013. São os seguintes os grandes grupos de áreas de ensino na CITE 1997: programas gerais; educação; artes e humanidades; ciências sociais, comércio e direito; ciências, matemáticas e informática; engenharia, indústrias transformadoras e construção; agricultura e veterinária; saúde e proteção social; e serviços.

Conceitos fundamentais

Os rácios estudantes-pessoal académico para o ensino superior são calculados dividindo o número de estudantes em equivalente a tempo completo pelo número de membros do pessoal académico em equivalente a tempo completo. Este rácio não deve ser confundido com a dimensão média da turma, que se refere ao número de alunos num determinado curso ou sala de aula.

Os quadros neste artigo usam a notação seguinte:
Valor em itálico     valor previsto, provisório ou estimado e, portanto, está sujeito a alterações;
: valor indisponível, confidencial ou não fiável;
não aplicável.

Contexto

Processo de Bolonha

Desde a instauração do Processo de Bolonha (ver o artigo em Introdução às estatísticas da educação e formação) verificou-se uma expansão significativa dos sistemas do ensino superior, acompanhada de importantes reformas nas estruturas dos cursos e nos sistemas de garantia de qualidade. No entanto, a crise económica e financeira afetou o ensino superior de diferentes formas, com alguns Estados-Membros da UE a investir mais e outros a reduzir drasticamente a despesa no ensino superior. Em 2015, a Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura publicou uma revisão da implementação do processo de Bolonha, intitulada O Espaço Europeu do Ensino Superior em 2015: Relatório da Implementação do Processo de Bolonha (em inglês).

Embora o processo de Bolonha tenha desencadeado uma série de reformas para tornar o ensino superior europeu mais compatível, comparável, competitivo e apelativo para os estudantes, é apenas uma vertente de um esforço mais amplo no que diz respeito ao ensino superior. Para estabelecer sinergias entre o processo de Bolonha e o processo de Copenhaga (para o reforço da cooperação da europeia em matéria de educação e formação profissionais), a Comissão Europeia e os Estados-Membros da UE estabeleceram um Quadro Europeu de Qualificações (QEQ) para a aprendizagem ao longo da vida.

Critérios de referência da Europa 2020 e da EF 2020

As instituições de ensino superior são parceiros essenciais para estratégia da UE para estimular e manter o crescimento: a estratégia «Europa 2020» para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo definiu como meta que 40 % das pessoas entre os 30 e os 34 anos de idade na UE deveriam adquirir qualificações ao nível do ensino superior até 2020. Melhorar o desempenho dos sistemas de ensino e formação a todos os níveis e aumentar a participação no ensino superior também é uma das orientações integradas para as políticas económicas e de emprego que foram revistas no âmbito da estratégia Europa 2020.

O quadro estratégico atualizado para a cooperação europeia no domínio da educação e da formação (EF 2020), foi adotado pelo Conselho em maio de 2009. Define quatro objetivos estratégicos para o ensino e a formação na UE:

  • tornar a aprendizagem ao longo da vida e a mobilidade uma realidade;
  • melhorar a qualidade e a eficiência da educação e da formação;
  • promover a equidade, a coesão social e a cidadania ativa; e
  • melhorar a criatividade e a inovação, incluindo o empreendedorismo, a todos os níveis de educação e de formação.

A estratégia estabelece uma série de critérios de referência a cumprir até 2020, incluindo o objetivo acima mencionado de que a percentagem de pessoas na faixa dos 30-34 anos com o ensino superior concluído deve ser de, pelo menos, 40 %. Em novembro de 2011, foram adotados pelo Conselho dois critérios de referência suplementares em termos de mobilidade na aprendizagem. O primeiro fixa como objetivo para 2020 que, em média, pelo menos 20 % dos diplomados do ensino superior na UE-28 deverão ter realizado um período de estudos ou formação relacionados com o ensino superior (incluindo estágios) no estrangeiro, equivalente a um mínimo de 15 créditos do Sistema Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos (ECTS) ou com uma duração mínima de três meses. Em maio de 2012 foi aditado um segundo critério de empregabilidade, segundo o qual, até 2020, a percentagem na UE-28 de diplomados empregados (20 a 34 anos) que deixaram o ensino e a formação menos de três anos antes do ano de referência deverá ser de, pelo menos, 82 %.

Erasmus+

O Programa Erasmus foi um dos mais conhecidos programas europeus e decorreu durante pouco mais de um quarto de século; em 2014 foi substituído pelo Programa da EU para a educação, a formação, a juventude e o desporto, designado como Erasmus+. No domínio do ensino superior, o Erasmus+ oferece aos alunos e ao pessoal académico a oportunidade de desenvolver as suas competências e aumentar as suas perspetivas de emprego. Os estudantes podem estudar no estrangeiro por um período até 12 meses (durante cada ciclo do ensino superior). Prevê-se que mais de dois milhões de estudantes do ensino superior participem no Erasmus + durante o período 2014-2020, dos quais cerca de 25 mil nos programas conjuntos de mestrado.

Ver também

Mais informações do Eurostat

Publicações

Principais quadros

Base de dados

Participação na educação e formação (educ_part) (em inglês)
Pessoal docente (educ_uoe_per) (em inglês)
Finanças para o ensino (educ_uoe_fin) (em inglês)

Secção especial

Metodologia / Metainformação

Metainformação

Manuais e outras informações metodológicas

Fonte dos dados para os quadros e os gráficos (MS Excel)

Outras informações

  • UOE: Regulamento (CE) n.º 452/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2008, relativo à produção e ao desenvolvimento de estatísticas sobre educação e aprendizagem ao longo da vida
  • A partir do ano letivo de 2012/2013: Regulamento (UE) n.º 912/2013 da Comissão, de 23 de setembro de 2013, no que diz respeito às estatísticas relativas aos sistemas de educação e de formação
  • Anos letivos 2010/2011 e 2011/2012: Regulamento (UE) n.º 88/2011 da Comissão, de 2 de fevereiro de 2011, no que diz respeito às estatísticas relativas aos sistemas de educação e de formação

Ligações externas