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Archive:Estrutura populacional e envelhecimento

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Dados extraídos em julho de 2019.

Atualização prevista do artigo: janeiro de 2021.

A versão inglesa é mais recente.

Highlights

Em 2018, quase um quinto (19 %) da população da UE tinha 65 anos ou mais.

A percentagem de pessoas com 80 anos de idade ou mais deverá aumentar para mais do dobro até 2100, atingindo 14,6 % da população total.

[[File:Population structure and ageing-2019-PT.XLSX]]

Aumento da percentagem da população com 65 anos ou mais entre 2008 e 2018

O presente artigo analisa o impacto do envelhecimento demográfico na União Europeia (UE), que será provavelmente muito significativo nas próximas décadas. As taxas de natalidade sistematicamente baixas e o aumento da esperança de vida estão a transformar a forma da pirâmide etária da UE-28. Provavelmente, a alteração mais importante será a transição marcada para uma estrutura populacional muito mais envelhecida, um desenvolvimento que já é visível em vários Estados-Membros da União Europeia.

Por conseguinte, a proporção de pessoas em idade ativa na UE-28 está a diminuir, ao passo que o número relativo de reformados está a aumentar. A proporção de idosos na população total aumentará significativamente ao longo das próximas décadas, à medida que uma maior proporção da geração do baby boom atinge a idade da reforma. Este fenómeno, por sua vez, levará a um aumento do ónus sobre os ativos, que terão de suportar as despesas sociais exigidas pela população envelhecida para uma série de serviços.

Full article

A percentagem de idosos continua a aumentar.

Em 1 de janeiro de 2018, a população da UE-28 foi estimada em 512,4 milhões de pessoas. Os jovens (0 a 14 anos) constituíam 15,6 % da população da UE-28 (ver Quadro 1), enquanto as pessoas consideradas em idade ativa (15 a 64 anos) representavam 64,7 % da população. As pessoas idosas (com 65 anos ou mais) representavam uma quota de 19,7 % (um aumento de 0,3 pontos percentuais relativamente ao ano anterior e de 2,6 pontos percentuais em comparação com 10 anos antes).

Nos Estados-Membros da UE, a percentagem mais elevada de jovens na população total em 2018 foi observada na Irlanda (20,8 %), enquanto as percentagens mais baixas registaram-se em Itália (13,4 %) e na Alemanha (13,5 %). Relativamente à percentagem de pessoas com 65 anos ou mais, na população total, Itália (22,6 %) e a Grécia (21,8 %) registaram as percentagens mais altas, enquanto a Irlanda tinha a percentagem mais baixa (13,8 %).

Quadro 1: Estrutura de idade da população por grandes grupos etários, 2008 e 2018
(% da população total)
Fonte: Eurostat (demo_pjanind)

A estrutura populacional da EFTA e dos países candidatos foi idêntica à observada em geral na UE, sendo a Islândia e a Turquia (onde a estrutura da população era semelhante à da Irlanda) as principais exceções: nestes dois países, a proporção do grupo etário mais jovem era elevada (19,3 %, e 23,6 %, respetivamente) e as pessoas com 65 anos ou mais representavam uma percentagem comparativamente baixa da população total (14,1 % e 8,5 %, respetivamente). A Albânia e a Macedónia do Norte também registaram uma percentagem relativamente baixa de pessoas com 65 anos ou mais (13,6 % e 13,7 %, respetivamente). No entanto, a tendência de uma população em envelhecimento também é visível nestes países (ver Gráfico 1).

Gráfico 1: Aumento da percentagem da população com 65 anos ou mais entre 2008 e 2018
(pontos percentuais)
Fonte: Eurostat (demo_pjanind)

A idade mediana é mais elevada em Itália.

A idade mediana da população da UE-28 está a aumentar e era de 43,1 anos em 1 de janeiro de 2018 (ver Gráfico 2). Isto significa que metade da população da UE-28 tinha mais de 43,1 anos, enquanto a outra metade era mais jovem. Nos Estados-Membros da UE, a idade mediana variou entre 37,3 anos na Irlanda e 46,3 anos na Itália, confirmando as estruturas de população relativamente jovem e relativamente envelhecida registadas em cada um destes dois Estados-Membros. A idade mediana registada na EFTA e nos países candidatos em 2018 era mais baixa do que o número para a UE-28, com a exceção do Listenstaine (44,0 anos) e da Sérvia (43,5 anos).

Gráfico 2: Idade mediana da população, 2008-18
(anos)
Fonte: Eurostat (demo_pjanind)

A idade mediana na UE-28 aumentou 2,7 anos (em média, 0,3 anos por ano) entre 2008 e 2018, passando de 40,4 anos para 43,1 anos. Aumentou em todos os Estados-Membros da UE (subindo 4,0 ou mais anos em Portugal, em Espanha, na Grécia e na Lituânia) com exceção da Suécia, onde se manteve estável (40,6 anos). A Albânia foi o país que registou o maior aumento da idade mediana nos últimos 10 anos: um aumento de 18,8 % (o correspondente a 5,7 anos, de 30,4 anos em 2008 para 36,1 anos em 2018) (ver Gráfico 2).

Pouco mais de três pessoas em idade ativa por cada pessoa com 65 anos ou mais

Os índices de dependência associados à idade podem ser utilizadoas para estudar o nível de apoio dado às pessoas mais jovens e/ou mais velhas pela população ativa; estes índices são expressos em termos da dimensão relativa das populações mais jovens e/ou mais velhas, em comparação com a população em idade ativa. O índice de dependência dos idosos para a UE-28 situava-se em 30,5 % em 1 de janeiro de 2018 (ver Quadro 2); Assim, por cada pessoa com 65 anos ou mais, havia três pessoas em idade ativa. O índice de dependência dos idosos variou entre os Estados-Membros da UE de 20,6 % no Luxemburgo e 21,2 % na Irlanda, com quase cinco pessoas em idade ativa por cada pessoa com 65 anos ou mais, até valores mais elevados de 35,2 % em Itália, 34,2 % na Finlândia e 34,1 % na Grécia, com menos de três pessoas em idade ativa por cada pessoa com 65 anos ou mais.

Quadro 2: Indicadores da estrutura etária da população, 1 de janeiro de 2018
(%)
Fonte: Eurostat (demo_pjanind)

A combinação dos índices de dependência dos jovens e das pessoas idosas resulta no índice total de dependência associada à idade (calculado como a proporção de pessoas dependentes, jovens e idosas, em comparação com a população considerada em idade ativa, ou seja, entre 15 e 64 anos de idade). Em 2018, foi de 54,6 % na UE-28, indicando que havia aproximadamente duas pessoas em idade ativa por cada pessoa dependente. O índice total de dependência associada à idade mais reduzido entre os Estados-Membros da UE em 2018 registou-se no Luxemburgo (43,8 %) e o mais elevado em França (60,7 %).

Pode observar-se na UE-28 uma tendência geralmente crescente no índice de dependência das pessoas idosas e no índice de dependência total. O índice de dependência dos idosos aumentou 5,0 pontos percentuais (ou 19,6 % relativamente ao seu valor anterior) durante a última década (passou de 25,5 % em 2008 para 30,5 % em 2018), enquanto o índice total de dependência dos idosos aumentou 5,6 pontos percentuais (ou 11,4 % relativamente ao seu valor anterior) durante o mesmo período (de 49,0 % em 2008 para 54,6 % em 2018).

As tendências passadas e futuras do envelhecimento demográfico na UE

O envelhecimento demográfico é uma tendência a longo prazo que começou há várias décadas na Europa. Esta tendência é visível nas transformações da estrutura de idades da população e traduz-se numa percentagem crescente de pessoas idosas juntamente com uma percentagem decrescente de pessoas em idade ativa na população total.

As pirâmides populacionais (ver gráficos 3 e 4) ilustram a distribuição da população por sexo e por grupos etários de cinco anos. Cada barra corresponde à proporção de cada sexo e grupo etário na população total (homens e mulheres combinados). A pirâmide populacional da UE-28 em 1 de janeiro de 2018 é estreita na base e está a ganhar uma forma romboide devido às coortes da geração resultante das elevadas taxas de fertilidade em vários países europeus em meados da década de 60 do século XX (fenómeno conhecido como baby boom). Estes baby boomers continuam a representar uma parte significativa da população ativa. Os primeiros membros destas grandes coortes nascidas durante um período de 20 a 30 anos aproximam-se agora da idade de reforma, como se vê na comparação com a pirâmide populacional de 2003. A parte mais espessa da pirâmide populacional, correspondente à geração do baby boom, vai subindo, deixando mais estreitas a parte inferior da população ativa e a base — como se pode ver no Gráfico 3.

Gráfico 3: Pirâmides populacionais, UE-28, 2003 e 2018
(% da população total)
Fonte: Eurostat (demo_pjangroup)

A percentagem da população com 65 anos de idade e mais está a aumentar em todos os Estados-Membros da UE, nos países da EFTA e nos países candidatos. Ao longo da última década, o aumento variou entre 4,9 pontos percentuais tanto em Malta como na Finlândia e 4,6 pontos percentuais na República Checa, 1,3 pontos percentuais na Alemanha e 0,3 pontos percentuais no Luxemburgo. Na última década (2008-18), observou-se um aumento de 2,6 pontos percentuais no conjunto da UE-28 (ver Gráfico 1). Por outro lado, a percentagem da população com idade inferior a 15 anos na UE-28 diminuiu 0,2 pontos percentuais (ver Quadro 1).

O crescimento da percentagem relativa de idosos pode ser explicado pelo aumento da longevidade, um padrão que é evidente há várias décadas, à medida que a esperança de vida aumenta (ver estatísticas sobre a mortalidade e a esperança de vida); Esta evolução é muitas vezes referida como «envelhecimento no topo» da pirâmide populacional.

Por outro lado, os níveis consistentemente baixos de fertilidade durante muitos anos contribuíram para o envelhecimento da população, com a redução da natalidade a ocasionar um declínio na proporção de jovens na população total (ver estatísticas de fertilidade). Este processo é conhecido como «envelhecimento na base» da pirâmide populacional e pode ser observado nas bases cada vez mais estreitas das pirâmides populacionais da UE-28 entre 2003 e 2018.

A fim de olhar para as tendências futuras do envelhecimento demográfico, a última série de projeções demográficas do Eurostat foi feita abrangendo o período de 2018 a 2100. Prevê-se que a população da UE-28 aumente até atingir um pico de 525,0 milhões em 2040 e que diminua posteriormente, de forma gradual, para 492,9 milhões até 2100.

A comparação das pirâmides etárias para 2018 e 2100 (ver Gráfico 4) revela que a população da UE-28 deverá continuar a envelhecer. Nas próximas décadas, o número elevado de baby boomers vai inflacionar o número de pessoas idosas. No entanto, até 2100, a pirâmide terá mais a forma de um paralelipípedo, estreitando consideravelmente no meio (em torno dos 45-54 anos de idade).

Gráfico 4: Pirâmides populacionais, UE-28, 2018 e 2100
(% da população total)
Fonte: Eurostat (demo_pjangroup) e (proj_18np)


Outro aspeto do envelhecimento demográfico é o envelhecimento progressivo da própria população idosa, à medida que a importância relativa das pessoas muito idosas cresce a um ritmo mais rápido do que qualquer outro segmento etário da população da UE. Prevê-se que a percentagem das pessoas com 80 anos de idade ou mais, na população da UE-28, aumente duas vezes e meia entre 2018 e 2100, de 5,6 % para 14,6 % (ver Quadro 5).

Gráfico 5: Estrutura da população por grandes grupos etários, UE-28, 2018-2100
(% da população total)
Fonte: Eurostat (demo_pjanind) e (proj_18ndbi)

Durante o período entre 2018 e 2100, prevê-se que a percentagem da população em idade ativa diminua até 2100, ao passo que as pessoas idosas irão provavelmente constituir uma percentagem crescente da população total: as pessoas com 65 anos ou mais representarão 31,3 % da população da UE-28 até 2100, em comparação com 19,8 % em 2018. Como consequência da transferência de população entre os grupos etários, o índice de dependência dos idosos da UE-28 deverá quase duplicar de 30,5 % em 2018 para 57,3 % até 2100 e o índice total de dependência associada à idade deverá aumentar de 54,6 % em 2018 para 82,9 % até 2100 (ver Gráfico 6). Prevê-se que a idade mediana aumente 5,4 anos, passando de 43,3 anos em 2018 para 48,7 anos em 2100.

Gráfico 6: Projeção do índice total de dependência associada à idade e do índice de dependência dos idosos, UE-28, 2018-2100
(%)
Fonte: Eurostat (demo_pjanind) e (proj_18ndbi)

Fonte dos dados para os quadros e os gráficos

Fontes de dados

O Eurostat recolhe dados dos Estados-Membros da UE e de outros países que participam na sua recolha de dados demográficos sobre a situação da população em 1 de janeiro de cada ano. A definição recomendada é «população residente habitual» e representa o número de habitantes de uma determinada área em 1 de janeiro do ano em questão (ou, em alguns casos, em 31 de dezembro do ano anterior). De acordo com as recomendações internacionais da Organização das Nações Unidas, a definição de «residência habitual» baseia-se num período de referência de 12 meses, ou seja, as pessoas incluídas devem ter vivido no seu local de residência habitual por um período contínuo de, pelo menos, 12 meses antes da data de referência, ou ter chegado ao seu local de residência habitual durante os 12 meses antes da data de referência com a intenção de aí permanecer durante, pelo menos, um ano. Todavia, os países podem comunicar ao Eurostat dados demográficos com base nos dados do seu recenseamento mais recente, ajustados pelos componentes de alterações populacionais que se tenham verificado desde o último recenseamento, ou, em alternativa, números da população que se baseiem na população registada/legal.

Em 2011, realizou-se um recenseamento da população e da habitação em todos os Estados-Membros da UE, nos países da EFTA e nos países candidatos à UE. Geralmente, os países reveem as suas estimativas anuais de população quando os resultados do recenseamento da população e do alojamento ficam disponíveis. As estimativas da população baseadas nos resultados do recenseamento podem introduzir quebras de série no que diz respeito ao tamanho e à estrutura das populações.

O Eurostat fornece informações sobre uma vasta gama de dados demográficos. Os dados sobre a população são classificados segundo várias características, tais como idade, sexo, estado civil e escolaridade.

O Eurostat produz projeções demográficas a nível nacional a cada três anos. Essas projeções são cenários conjeturais que visam fornecer informações sobre a dimensão futura e a estrutura etária provável da população com base em hipóteses para as tendências futuras da fertilidade, da esperança de vida e da migração.

Contexto

A Comissão Europeia utiliza as projeções demográficas do Eurostat para analisar o impacto provável do envelhecimento demográfico na despesa pública. É provável que o aumento das despesas sociais associadas ao envelhecimento da população, sob a forma de pensões, cuidados (de saúde) institucionais ou privados, resulte num fardo mais pesado para a população em idade ativa.

Várias políticas importantes, nomeadamente no domínio social e económico, utilizam os dados demográficos para o planeamento de ações, acompanhamento e avaliação de programas — por exemplo, o envelhecimento demográfico e seus prováveis efeitos sobre a sustentabilidade das finanças públicas e a proteção social, ou o impacto económico e social da alteração demográfica.

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Projeções demográficas a nível nacional (proj_18n)