Aparelhos respiratórios
Saúde e segurança

Os aparelhos respiratórios são distintos da proteção respiratória e destinam-se apenas a ajudar as pessoas que se encontram em dificuldades. Os aparelhos respiratórios não se destinam a uma utilização geral como proteção contra fumos ou gases.

Os aparelhos respiratórios são fornecidos às pessoas que possam ter de entrar em espaços fechados (se a zona for considerada segura). Estes espaços fechados ocorrem sobretudo nos navios, mas também podem ser encontrados em terra, por exemplo, túneis de aeroporto. Trata-se de áreas em que o oxigénio pode ser deficiente (ou enriquecido), ou que podem conter fumos inflamáveis ou tóxicos.

Encontrará orientações sobre os procedimentos a adotar quando entra num espaço fechado, e como utilizar aparelhos respiratórios, na secção sobre trabalho seguro nos navios.

Lembre-se! Os aparelhos respiratórios não são fornecidos a fim de lhe permitir trabalhar em atmosferas perigosas.

Os aparelhos respiratórios são fornecidos para o/a ajudar a evacuar com segurança um espaço fechado se o equipamento de monitorização de gases indica um problema na atmosfera. Se se encontrar em dificuldades num espaço fechado, ajudará igualmente como suporte de vida, enquanto não puder ser salvo/a pelos serviços de socorro.

São de utilização geral dois tipos distintos de aparelhos respiratórios:

• Aparelho de suporte de vida de emergência (ELSA): Trata-se de um dispositivo que pode ser facilmente transportado, colocado rapidamente e que fornece ar durante um breve período para permitir a fuga do utilizador. É constituído por uma garrafa que contém ar respirável suficiente para 10-15 minutos, ligada por uma mangueira de ar a um capuz. Pode introduzir-se facilmente pela cabeça e adapta-se a uma grande variedade de utilizadores, incluindo os que têm barba e óculos. O capuz é muito mais fácil de colocar do que uma máscara facial tradicional, normalmente utilizada noutros tipos de aparelhos respiratórios. Deve levar consigo este aparelho sempre que trabalhar em espaços fechados.
  Lembre-se: a pressão nas garrafas não deve descer abaixo dos 180 bares. As garrafas ELSA devem ter, pelo menos, 80% da sua capacidade ocupada.
  
  
• Aparelho de sobrevivência: este é constituído por:
  
  • três garrafas de ar comprimido, cada uma com a duração de 45 minutos, com um regulador e um mostrador para monitorizar o fornecimento de ar;
  • 60 metros de uma mangueira de ar, com 30 metros sobresselentes, se necessário, mais um enrolador;
  • uma máscara facial completa com arreios;
  • um tubo em forma de «y», para permitir a ligação de equipamento de reanimação à mangueira; e
  • um kit de reanimação totalmente automático.
Este aparelho foi concebido para o/a manter vivo/a em caso de emergência. Se estiver preso/a ou ferido/a num espaço fechado, um colega com a formação adequada deverá ser capaz de o/a assistir através deste equipamento.

Além do aparelho respiratório, poderá igualmente precisar de lanternas intrinsecamente seguras, arneses de segurança, vaivéns e linhas de localização para utilização em espaços fechados, juntamente com equipamento de monitorização de gases.

Não deve utilizar qualquer tipo de aparelhos respiratórios até ter feito exames médicos e ter concluído com êxito um curso de formação.

Deverá encontrar mais informações sobre formação, exames médicos e como utilizar aparelhos respiratórios junto da sua administração nacional.

Não poderá utilizar aparelhos respiratórios se tiver barba, ou se normalmente usar óculos — isto deve-se ao facto de a máscara facial dever ser hermética.

Os aparelhos respiratórios destinam-se unicamente a mantê-lo/a vivo/a até poder sair de um espaço fechado, ou até os serviços de socorro poderem chegar. Em nenhuma circunstância pode continuar a sua inspeção usando ao mesmo tempo um aparelho de respiração.

Não tente salvar os colegas presos num espaço fechado – é para isso que servem os serviços de socorro.

Inspeção e manutenção: Os procedimentos para testar e verificar todos os tipos de aparelhos respiratórios são abrangidos na sua legislação nacional. Os requisitos fundamentais são:

1. exame visual das presilhas, da máscara facial, das válvulas e das garrafas;
2. controlo da pressão nas garrafas; e
3. controlo do fluxo volumétrico e da qualidade do ar fornecido pelo aparelho de «salvamento».

Todos estes controlos devem ser realizados, pelo menos, uma vez por mês. Pode ser celebrado um contrato de manutenção para o equipamento. Contacte o seu agente de equipamento para mais pormenores.

Manutenção de registos: Mantenha um registo no diário de bordo de cada inspeção aprofundada e dos ensaios efetuados, incluindo:

• o nome e localização da pessoa responsável pelo equipamento;
• indicações sobre os equipamentos e as suas marcas distintivas/números;
• o nome do fabricante;
• a data da inspeção e o nome e a assinatura da pessoa que a fez;
• condição do equipamento e eventuais defeitos detetados; e
• (apenas ELSA) pressão de ar na garrafa.

É possível manter o registo em qualquer formato, mas este tem de estar disponível para efeitos de inspeção por qualquer pessoa que o deseje ver. Os registos devem ser mantidos durante um período de cinco anos.

Cintos de segurança, vaivéns e linhas de localização: Inspeção visual em busca de sinais de uso ou desgaste antes da utilização. Após utilização, limpar o vaivém e as linhas de localização em conformidade com as instruções do fabricante.

Recarga das garrafas: Uma vez utilizada uma garrafa, mesmo que por pouco tempo, deve ser imediatamente retirada do uso e recarregada. Esta situação aplica-se tanto aos ELSA como aos aparelhos de sobrevivência.