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Reforço da monitorização da atividade vulcânica na Macaronésia

  • 06 March 2019

Os quatro arquipélagos do Atlântico Norte que compõem a Macaronésia – os Açores e a Madeira em Portugal, as ilhas Canárias em Espanha e a nação africana de Cabo Verde – enfrentam um risco crescente de erupções vulcânicas e sismos, que são o principal risco natural da região. O projeto VOLRISKMAC visa reforçar a investigação, o desenvolvimento e a inovação nas ilhas para melhorar a monitorização da atividade sísmica e vulcânica.

Graças ao projeto VOLRISKMAC, comprámos 15 estações sísmicas de banda larga. Assim, a rede sísmica passará de 15 para 30 estações de banda larga, que serão utilizadas para reforçar a monitorização sísmica para efeitos de vigilância da atividade vulcânica em Tenerife e La Palma, que terão, respetivamente, 21 e cinco estações permanentes. As restantes estações serão instaladas na Gran Canaria, em La Gomera, em El Hierro e em Lanzarote.

Nemesio Pérez, Diretor do Instituto de Vulcanologia das Ilhas Canárias

Os principais elementos do VOLRISKMAC são o reforço dos sistemas de alerta precoce de erupções e sismos e a preparação para catástrofes naturais com melhores capacidades de gestão de crises.

Na sequência do projeto, serão reforçadas as redes de monitorização de dez vulcões ativos na Macaronésia e estão a ser criadas 37 estações permanentes de monitorização de vulcões. Além disso, foram adquiridos cinco novos instrumentos portáteis de monitorização de vulcões.

Aumento dos riscos

A Macaronésia tem muitas zonas densamente povoadas. Os aumentos demográficos da região, aliados ao rápido desenvolvimento socioeconómico, vieram agravar os riscos resultantes das erupções vulcânicas e outros perigos associados, que são maiores agora do que eram há 50 anos. Uma vez que se prevê que estas tendências continuem, é provável que o risco vulcânico aumente ainda mais em 2050.

O VOLRISKMAC aplica as recomendações formuladas pela comunidade científica no âmbito da Associação Internacional de Vulcanologia e Química do Interior da Terra e da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Estas identificam a vigilância e a gestão de emergência como as ações mais adequadas para reduzir os riscos vulcânicos. As zonas de intervenção são as ilhas de Tenerife, La Palma, Lanzarote e El Hierro nas Canárias, São Miguel nos Açores e Fogo em Cabo Verde.

Redes instrumentais mais fortes

O projeto reforça as redes instrumentais permanentes e não permanentes para melhorar os programas de monitorização vulcânica. Estas redes centram-se em fenómenos geofísicos, geoquímicos e geodésicos que poderão influenciar a atividade vulcânica. O termo geodésico diz respeito à forma geométrica da Terra, à orientação no espaço e ao campo gravitacional, bem como à sua evolução ao longo do tempo.

O trabalho de reforço da preparação e da capacidade de resposta a crises abrange o desenvolvimento de sistemas de alerta precoce com base nas tecnologias da informação e da comunicação, na realização de simulacros e em simulações de cenários de erupção vulcânica baseadas em software. Este elemento final ajuda a quantificar a suscetibilidade de determinadas zonas da Macaronésia a erupções vulcânicas. Tem em conta perigos como as cinzas lançadas pelos vulcões, que podem criar graves perturbações do tráfego aéreo e que, por isso, têm um impacto económico negativo significativo em regiões onde o turismo assume uma importância considerável.

As simulações foram realizadas e os resultados do projeto foram divulgados numa série de workshops. O VOLRISKMAC foi apresentado em 19 reuniões internacionais. Além disso, graças ao projeto, foram atribuídas oito bolsas de investigação para a monitorização de vulcões e foram publicados dois artigos científicos.

Investimento total e financiamento da UE 

O investimento total para o projeto «VOLRISKMAC – Fortalecimento das capacidades de I+D+I para a monitorização da atividade vulcânica na Macaronésia» é de 1 590 032 EUR, com uma contribuição de 1 351 527 EUR do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional através do Programa Operacional «Interreg V-A - Espanha-Portugal (Madeira-Açores-Canarias (MAC))» para o período de programação 2014-2020. O investimento insere-se na prioridade «Alargar e melhorar as capacidades transfronteiriças nos setores da investigação, desenvolvimento e inovação».