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Archive:Estatísticas da educação e da formação a nível regional

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Dados a partir de março de 2011. Dados mais recentes: Mais informações do Eurostat, Principais quadros e Base de dados.

A educação, a formação profissional e a aprendizagem ao longo da vida têm um papel fundamental nas estratégias económicas e sociais da União Europeia (UE).

Este artigo analisa as estatísticas regionais do Eurostat sobre a inscrição no ensino, o nível de escolaridade atingido e a participação na aprendizagem ao longo da vida, os quais permitem medir os progressos a nível regional e observar as regiões com bons resultados e as que estão mais atrasadas.

Mapa 1: Estudantes do ensino superior, em percentagem da população entre os 20 e os 24 anos, por regiões NUTS 2, 2009 - níveis 5 e 6 da CITE - Fonte: Eurostat (tgs00094)

Principais resultados estatísticos

Mapa 2: Estudantes com 17 anos de idade, em percentagem da população correspondente, por regiões NUTS 2, 2009 - níveis 5 e 6 da CITE - Fonte: Eurostat (tgs00091)
Mapa 3: Taxas de participação das crianças com 4 anos no ensino, por regiões NUTS 2, 2009 - % na educação pré‑escolar e na primeira etapa do ensino básico, níveis 0 e 1 da CITE - Fonte: Eurostat (tgs00092)
Mapa 4: Estudantes do ensino secundário e pós‑secundário não superior, em percentagem da população entre os 15 e os 24 anos, por regiões NUTS 2, 2009 - níveis 3 e 4 da CITE - Fonte: Eurostat (tgs00093)
Mapa 5: Nível de escolaridade atingido, por regiões NUTS 2, 2009 (Percentagem da população entre os 25 e os 64 anos que concluiu o ensino superior) - Fonte: Eurostat (edat_lfse11)
Mapa 6: Abandono precoce do ensino e da formação, por regiões NUTS 1, 2009 (%)- Fonte: Eurostat (edat_lfse16)

Estudantes no ensino superior

O ensino superior é o nível de ensino ministrado por universidades, institutos técnicos, institutos de tecnologia e outras instituições que conferem graus académicos ou diplomas profissionais. O acesso ao ensino superior exige normalmente a conclusão com êxito de um programa de ensino de nível secundário e/ou de nível pós‑secundário não superior. O ensino superior pode ser classificado de acordo com as seguintes características:

  • O nível 5A da CITE constitui, essencialmente, uma base teórica e destina‑se a facultar qualificações suficientes para a admissão em programas de investigação avançada e para o exercício de profissões que exigem um nível elevado de competências; os bacharelatos de três anos e as licenciaturas de quatro a cinco anos são exemplos típicos desta categoria;
  • O nível 5B da CITE é mais prático, técnico e orientado para o emprego;
  • O nível 6 da CITE (estudos do tipo doutoramento) conduz a uma qualificação de investigação avançada.

O indicador do ensino superior realça a mobilidade dos estudantes. Em 2009, o número de estudantes no ensino superior nos países da UE‑27 atingiu quase 19 milhões.

O mapa 1 mostra o número de estudantes matriculados no ensino superior (níveis 5 e 6 da CITE) em 2009 (ano académico de 2008/2009) em percentagem da população regional correspondente entre os 20 e os 24 anos. Este indicador é função do número de estudantes da região e do número de residentes da região entre os 20 e os 24 anos e dá uma ideia da atratividade da região para os estudantes do ensino superior. Uma vez que se baseia em dados da zona em que os estudantes estudam, e não da sua zona de origem ou de residência, é provável que alguns estudantes não sejam residentes na região onde estudam. Por conseguinte, as regiões que apresentam valores elevados (por exemplo, mais de 100) para este indicador dispõem de grandes universidades ou de outros estabelecimentos de ensino superior e, por conseguinte, atraem um grande número de estudantes de fora.

Alguns dos fatores a ter em conta ao interpretar este indicador são a estrutura etária da população no interior das regiões e a correspondente estrutura do sistema de ensino superior entre as regiões. O indicador dá uma ideia da concentração ou da dispersão dos estabelecimentos de ensino superior entre as regiões.

Estudantes com 17 anos no ensino

A escolaridade obrigatória e a idade em que ela termina variam muito entre os Estados Membros da UE. Na maior parte dos países, a escolaridade obrigatória termina aos 15 ou 16 anos, o que, normalmente, corresponde ao final do ensino básico (2.º e 3.º ciclos). Até aos 17 anos, é possível ter terminado o ensino secundário em alguns países, ao passo que noutros os alunos podem ter apenas começado o ensino secundário (frequentemente ensino secundário ou formação profissional que conduz diretamente a uma qualificação para o mercado de trabalho). Aos 17 anos, a maior parte dos jovens, na União Europeia, ainda frequenta o sistema de ensino.

Aos 17 anos, os jovens têm de escolher entre continuar no sistema de ensino, seguir uma formação ou procurar emprego. Embora a escolaridade obrigatória termine aos 17 anos, ao longo da última década, tem‑se notado uma maior tendência dos jovens para prosseguir os seus estudos.

O mapa 2 dá conta do número de estudantes com 17 anos (em todos os níveis de ensino), em percentagem do grupo etário correspondente, em cada região. Em quase toda a Europa, este indicador apresenta um resultado superior a 75 %. Tal significa que, por uma ou outra razão, as gerações mais jovens ainda frequentam o sistema de ensino, mesmo para além da idade da escolaridade obrigatória.

Participação das crianças com quatro anos no ensino

A aprendizagem começa ao nascer. O período desde o nascimento até ao início do ensino básico é uma fase formativa crucial para o crescimento e o desenvolvimento das crianças. Os resultados da aprendizagem e os conhecimentos e competências adquiridos durante o ensino básico são mais sólidos quando as crianças aprendem e se desenvolvem de forma adequada nos anos que precedem a escolaridade regular.

O objetivo da educação pré‑escolar é preparar as crianças física, emocional, social e mentalmente para ingressarem no primeiro ano do ensino básico, conferindo‑lhes a capacidade e as competências necessárias para entrarem no sistema de ensino.

O indicador reflete a participação na educação pré‑escolar por região NUTS 2, medindo a percentagem das crianças com 4 anos de idade que frequentam a educação pré‑escolar ou o ensino básico. A grande maioria das crianças com 4 anos de idade frequenta a educação pré escolar. Uma criança com 4 anos pode estar inscrita num estabelecimento de educação pré‑escolar ou do ensino básico. Os dados mostram que a maioria das crianças com 4 anos frequenta estabelecimentos de educação pré‑escolar. A Irlanda e o Reino Unido são os únicos países onde se encontra uma percentagem significativa de crianças com 4 anos no ensino básico. Portanto, aos 4 anos, a maior parte das crianças na União Europeia encontra‑se na educação pré‑escolar, que, em geral, está disponível, pelo menos, a partir dos 3 a 4 anos de idade nos Estados‑Membros. A inscrição na educação pré escolar é frequentemente voluntária. No entanto, muitos países têm taxas de participação de 100 %.

Conforme se pode observar no mapa 3, em países como a Bélgica, a Dinamarca, a França, a Alemanha, a Islândia, a Itália, o Luxemburgo, Malta, os Países Baixos, a Noruega e a Espanha, quase todas as crianças com 4 anos frequentam o sistema de ensino. Pelo contrário, na Croácia, na Grécia, na Irlanda, na Polónia, na maioria das regiões da Finlândia, na Antiga República Jugoslava da Macedónia, na Turquia e na Suíça, estão inscritas menos de 50&nbsp% das crianças com 4 anos.

Estudantes no ensino secundário e pós‑secundário não superior

Aos 16 anos, os jovens são confrontados com a escolha entre continuar no sistema de ensino, seguir uma formação ou procurar emprego. Ao longo da última década, tem‑se notado uma maior tendência dos jovens desta idade para prosseguir a sua educação.

O mapa 4 mostra a percentagem de alunos matriculados no ensino secundário (nível 3 da CITE) e no ensino pós secundário não superior (nível 4 da CITE), em percentagem da população entre os 15 e os 24 anos, na região.

O ensino secundário geral faculta uma ampla aprendizagem global, com base na formação de base recebida. O objetivo consiste em dotar os estudantes de competências e conhecimentos suficientes para continuarem a estudar. O ensino secundário começa normalmente no final da escolaridade obrigatória a tempo inteiro, exigindo, normalmente, com condição de admissão, nove anos ou mais de ensino a tempo inteiro (desde o início do nível básico). O ensino secundário geral inclui programas escolares cuja conclusão com êxito, em geral, dá acesso a programas de nível universitário. O ensino secundário profissional foi concebido principalmente para apresentar aos estudantes o mundo do trabalho e prepará‑los para outros programas de ensino profissional ou técnico. O ensino pós‑secundário não superior (nível 4 da CITE) inclui programas que estão para além do limite do ensino secundário, mas que não se consideram ensino superior. Frequentemente, trata‑se de programas de ensino técnico e profissional mais avançado para a formação de professores, profissionais de saúde, profissionais da área do comércio e do marketing.

De um modo geral, os estudantes iniciam o ensino secundário entre os 15 e os 17 anos de idade e concluem‑no dois a quatro anos mais tarde. A idade de início/conclusão e a gama de idades dependem dos programas nacionais de ensino. Normalmente, os estudantes podem frequentar os programas do ensino secundário relativamente perto do local onde cresceram. Relativamente a este indicador, foi definido um vasto grupo etário, a fim de cobrir a dispersão relativamente grande de idades, consoante o país.

Conclusão do ensino superior

O mapa 5 mostra a percentagem da população com idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos que concluiu o ensino universitário ou semelhante (nível do ensino superior). O perfil demográfico de uma região tem uma certa influência no nível de escolaridade atingido, dado que as gerações mais jovens tendem a atingir níveis mais elevados do que as gerações mais velhas. Em 2009, em 58 regiões da UE, mais de 32 % da população tinha concluído o ensino superior.

Estas regiões incluem grandes cidades, como Bruxelles/Brussel, London, Paris, Berlin, Leipzig, Dresden, Helsinki, Stockholm, Madrid e Utrecht (Países Baixos). Oslo (Noruega), Genève e Zürich (Suíça) também se incluem nesta categoria. Nalguns Estados‑Membros da UE, como a Irlanda, a Suécia, a Finlândia, os Países Baixos, a Bélgica, a Alemanha e a Estónia, os níveis de escolaridade atingidos são, em geral, elevados em todo o país.

As regiões com as percentagens mais baixas de pessoas com diplomas de ensino superior estão muito concentradas nas zonas rurais de nove países da UE, em acentuado contraste com as suas cidades de maiores dimensões. É o caso de Portugal e da Roménia, em especial, da Turquia e, em menor medida, da Croácia, Bulgária, República Checa, Itália, Grécia, Hungria, Polónia e Eslováquia. O mesmo se aplica também a algumas ilhas, como a Sardegna e a Sicilia (Itália), os Açores e a Madeira (Portugal) e Malta.

Abandono precoce do ensino e da formação

O indicador ‘abandono precoce do ensino e da formação' analisa a percentagem de indivíduos entre os 18 e os 24 anos que não concluíram mais do que o ensino básico (2.º e 3.º ciclos) e não participam em ações de ensino e formação complementares.

Como se pode ver no mapa 6, a percentagem de alunos que abandonam precocemente o ensino e a formação varia significativamente na UE‑27. Várias regiões apresentam uma percentagem inferior a 10 %, o que significa que atingiram o objetivo fixado na «Estratégia UE 2020». Estas regiões situam‑se na Croácia, Eslováquia, Polónia, Eslovénia, República Checa, Luxemburgo, Lituânia, Áustria e Finlândia. Em Espanha, Portugal, Malta e nas regiões do Sul da Itália (Sud, Isole), bem como na Turquia e na Islândia, registam‑se percentagens mais elevadas, acima de 20 %.

Estas percentagens elevadas não estão necessariamente associadas a um nível elevado de desemprego no grupo etário considerado. Mais de 70 % dos alunos que abandonaram precocemente o ensino e a formação estão desempregados, em Malta, Portugal e Islândia. Por outro lado, mais de 70 % dos alunos que abandonaram precocemente o ensino e a formação estão inativos ou desempregados na Eslováquia, Hungria e Bulgária.

Fontes e disponibilidade de dados

Os mapas são apresentados ao nível 2 da NUTS, exceto no caso dos indicadores dos níveis de inscrição relativos à Alemanha e ao Reino Unido, para os quais existem dados ao nível NUTS 1. Na Suíça, Croácia e Turquia, não existem dados sobre as inscrições, por idade, a nível regional. Por conseguinte, são apresentados apenas valores nacionais para esses países.

Como a estrutura dos sistemas de ensino varia de um país para outro, um quadro para a definição, compilação e apresentação de estatísticas e indicadores da educação nacional e internacional é uma condição prévia para a comparabilidade internacional. A Classificação internacional tipo da educação (CITE) constitui a base para a recolha de dados sobre a educação. A atual versão da classificação introduzida em 1997, CITE 97, classifica todos os programas de ensino por níveis e áreas de estudo.

A CITE 97 apresenta conceitos, definições e classificações normalizados. No sítio Web do Instituto de Estatísticas da UNESCO está disponível uma descrição completa.

A informação qualitativa sobre os sistemas de ensino nos Estados‑Membros da UE é organizada e divulgada pela rede Eurydice e abrange, por exemplo, a idade da escolaridade obrigatória e numerosas questões relativas à organização da vida escolar nos Estados‑Membros (processo de decisão, currículos, horários escolares, etc.).

As estatísticas sobre a inscrição no ensino incluem a inscrição em todos os programa de educação inicial e toda a educação de adultos com conteúdos semelhantes aos programas de educação inicial ou conducente a qualificações semelhantes aos programas iniciais correspondentes. Estão incluídos os programas de aprendizagem, com exceção dos que assentam totalmente no trabalho e que não são supervisionados por qualquer autoridade da educação formal. As fontes dos dados utilizados para os mapas 1 a 4 são dois quadros específicos do Eurostat que fazem parte da coleção de dados UOE sobre os sistemas de ensino. Os «UOE» incorporam dados do UIS‑UNESCO, da OCDE e do Eurostat.

O nível de escolaridade atingido é definido como a percentagem de pessoas de um dado grupo etário (excluindo as que não respondem à pergunta sobre o «nível mais elevado de escolaridade ou formação atingido») que concluiu um determinado nível de ensino.

O indicador «abandono precoce do ensino e da formação» (anteriormente denominado «abandono escolar precoce») indica a percentagem de pessoas entre os 18 e os 24 anos que não concluíram mais do que o ensino básico (2.º e 3.º ciclos) (níveis 0, 1, 2 ou 3C da CITE) e não participam em ações de ensino e formação complementares.

Estes dois indicadores resultam de um conjunto de séries anuais construídas a partir dos resultados trimestrais do inquérito às forças de trabalho (UE‑IFT) da UE. O nível de escolaridade atingido comunicado baseia‑se na CITE 97.

Contexto

A UE pretende atingir vários objetivos e critérios de referência para o ensino superior. Os principais objetivos consistem em aumentar o número de diplomados em matemática, ciências e tecnologia, a fim de aumentar o número de estudantes Erasmus, intensificar o investimento no ensino superior e incentivar a mobilidade dos estudantes em toda a Europa.

A preparação dada pela educação pré‑escolar é considerada a base para o desenvolvimento futuro. Em dezembro de 2008, a Comissão Europeia propôs um novo critério de referência, indicando que, até 2020, 95 % das crianças com 4 anos devem participar na educação pré escolar. O intuito dessa proposta é avançar na consecução do objetivo definido pela Cimeira de Barcelona de 2002 de aumentar a participação na educação pré escolar para 90 % das crianças entre os 3 anos e a idade de início da escolaridade obrigatória.

O abandono precoce do ensino e da formação e a conclusão do ensino superior são dos indicadores mais importantes para a definição da Estratégia «Europa 2020». Estes indicadores foram selecionados, juntamente com outros, para acompanhar os progressos realizados no sentido de uma economia mais inteligente, baseada no conhecimento, mais verde e que permita atingir níveis elevados de emprego, produtividade e coesão social.

O «abandono precoce do ensino e da formação» é também um dos indicadores de desenvolvimento sustentável, no âmbito do tema «inclusão social».

Mais informações do Eurostat

Publicações

Principais quadros

Education indicators - non-finance (t_educ_indic)

Base de dados

Regional education statistics (reg_educ)

Secção especial

Regional statistics

Metodologia / Metadados

Ligações externas

Ver também