Com base numa rede de vigilância da gripe existente em toda a Europa, 22 parceiros de 12 países europeus reuniram-se no âmbito do projeto «I-MOVE-COVID-19», financiado pela UE, para aumentar o conhecimento sobre o vírus, orientar os cuidados prestados aos doentes e reforçar a preparação e a resposta da saúde pública. Os parceiros obtêm dados relativos aos doentes e ao próprio vírus SARS-CoV-2 através de uma plataforma de vigilância que funciona em nove redes de cuidados de saúde primários e nove redes hospitalares. As conclusões são agrupadas com base em protocolos comuns e são objeto de uma rápida e ampla partilha.
- 18 June 2020
Somos uma equipa multidisciplinar. Temos virologistas, epidemiologistas e bioestatísticos clínicos. Trata-se de um estudo multidisciplinar e multinacional que, esperamos, fornecerá resultados importantes a nível europeu.
As atividades do «I-MOVE-COVID-19» são selecionadas a partir de uma lista pormenorizada com base em informações do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). A par da vigilância, os parceiros realizam atividades de investigação, verificam hipóteses e avaliam tratamentos, tais como vacinas e antivíricos.
Para implementar as atividades, o projeto mobiliza a sua rede multidisciplinar, que inclui redes de cuidados de saúde primários, hospitais e centros nacionais de referência laboratorial.
Expandir uma rede de longa duração
Compreender o modo de infeção e a patogenicidade — a capacidade de causar doença — de qualquer vírus emergente requer uma rápida integração de informações epidemiológicas, clínicas e virológicas. A rede Influenza – Monitoring Vaccine Effectiveness in Europe (I-MOVE), criada em 2007, foi assim expandida de modo a abranger a COVID-19. Através da sua plataforma de vigilância, que pode ser adaptada em função da alteração da situação epidemiológica, o «I-MOVE-COVID-19» obtém informações sobre casos suspeitos e confirmados e a transmissão comunitária. Estas informações são partilhadas com parceiros nacionais e internacionais e a comunidade científica, possibilitando responder a perguntas sobre o vírus que não puderam ser respondidas de forma satisfatória por países que agiram isoladamente.
A plataforma poderá monitorizar a COVID-19 para além do final do projeto e pode ser ajustada para outros agentes patogénicos emergentes.
Protocolos comuns
Foram desenvolvidos protocolos comuns para a vigilância da COVID-19 em ambientes de cuidados de saúde primários e hospitais. Os utilizadores adaptam estes protocolos aos contextos nacionais, na medida do necessário. Os relatórios de vigilância são publicados no sítio Web do «I-MOVE-COVID-19».
A vigilância é tida em conta nos estudos destinados a identificar fatores de risco e fatores de proteção contra a ocorrência da COVID-19 entre as pessoas que se dirigem a consultas de clínica geral e o desenvolvimento de doença grave entre os doentes hospitalizados com COVID-19. Foram elaborados protocolos para este fim.
Foram compilados outros protocolos para efeitos de recolha e análise, pelos parceiros, de dados sobre a eficácia das vacinas das redes de cuidados de saúde primários e hospitalares.
Todos os protocolos estão disponíveis no sítio Web do projeto e foram partilhados com autoridades nacionais, organizações internacionais e outros consórcios europeus. Os protocolos relativos à eficácia da vacina constituem a base dos protocolos utilizados pelos gabinetes regionais da OMS e pelo ECDC.
A harmonização de protocolos nestes moldes permite o agrupamento de dados de um maior número de fontes, resultando em amostras de maior dimensão e em estimativas mais precisas quanto à eficácia das vacinas. Tais estimativas permitirão informar as políticas no domínio da vacinação e reforçar a preparação para futuras pandemias causadas por agentes patogénicos respiratórios.
Investimento total e financiamento da UE
O investimento total para o projeto «I-MOVE-COVID-19» é de 2 849 428 EUR, com uma contribuição de 2 808 162 EUR do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional através do Programa de Cooperação «Interreg Europa» para o período de programação 2014-2020. O investimento insere-se no âmbito da prioridade «Investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação».